terça-feira, 2 de julho de 2013

POR DENTRO DA BRABA!






Bem essa matéria foi feita com o Sr. Felipe Bretas e nossa intenção foi tirar algumas dúvidas a respeito do que é a Braba (Brasília basquete) e quais os objetivos da mesma. Creio ser de suma importância um campeonato adulto forte, com jogadores que sejam espelho para os mais jovens, que sirvam de inspiração no que diz respeito ao caráter, parte técnica e tática. Campeonato este que seja organizado e bem administrado, com clubes organizados que se sustentam, com estrutura própria, com torcida...
Confesso que fiquei bastante animado com as respostas, esse caminho é muito bem vindo! Segue a seguir aquela que pra mim foi uma das melhores matérias até agora!

Obs: Na foto abaixo estou ao lado do Felipe na entrega da camisa da Americana, uma forma que nós da Candangos achamos de apoiar a jogadora Karla que é Brasiliense e que vem representando tão bem o basquete de Brasília ao longo dos anos! 




1) De onde surgiu a idéia da BRABA?

É interessante…Surgiu na verdade de uma demanda específica para a equipe do Planalto Basquete, que começava a investir mais na estrutura de basquete e precisava de um calendário. Então, eu, o Allann Andrade, o Alexandre Jackson e o José Carlos Amaral começamos a pensar na organização de um campeonato. Fizemos um evento teste, a Taça Dona Josma no primeiro semestre de 2012, com tudo que tínhamos direito, torneio de 3 pontos..enterradas..foi ótimo. A idéia era organizar no segundo semestre a Super Copa Planalto, chamar times de fora etc. Acontece que algo mudou ai no meio do caminho..Percebemos que existia um "efeito tostines" no basquete de Brasília, com Federação parada por não ter apoio dos clubes e do governo e as equipes paradas por não ter apoio da federação e cada um no seu canto esperando o outro reagir…bom, nós reagimos..rs. Chegamos a conclusão (óbvia) de que não adianta ter uma equipe forte na cidade e um campeonato fraco..quanto mais equipes forte e mais estruturas organizadas e profissionais na cidade melhor pra todos..com o ganho de nível técnico, ganhamos competitividade, depois visibilidade e interesse de todos e fazer parte..é meio que uma cadeia de reações positivas.. Assim, entre o torneio dona Josma, em março de 2012 e Julho de 2012, a idéia se transformou na Braba! E em 3 meses organizamos, mobilizamos a comunidade do basquete e tiramos a idéia do papel. Desde o início em caráter oficial, diga-se de passagem..já nascemos como o Campeonato Adulto Oficial do DF e Entorno, pois contamos com o apoio da Federação desde o início..afinal..estaríamos desonerando deste trabalho e seguindo a ordem natural das coisas, visto que o modelo das ligas já se consolidou no mundo.

2) Quem são aqueles que estão na administração da mesma e suas respectivas funções? 

Bom, costumo dizer que não é uma Liga, e sim um movimento…movimento em prol da união e do esporte. Esse movimento já se expandiu..Pois em 2012, o Allann Andrade que havia sido escolhido como Presidente da Braba, venceu as eleições para a FBDF e nessa sequencia acabei assumindo a presidência esse ano. Hoje temos o José Carlos como vice-presidente e o Alexandre Jackson como Diretor Técnico. Ainda precisamos preencher as gerencias e outras funções essenciais pra realização da edição 2013.

 3) Como tem sido a receptividade pelas instituições e atletas? 

 No primeiro ano foi com suspeita e receio. Algumas pessoas não acreditavam muito. Sabíamos que o cenário seria esse, pois apostar é sempre mais difícil. Mesmo assim batemos todos os recordes da história do basquete brasiliense. Em quantidade de equipes, jogadores, jogos e duração. O que mudou tudo pra esse ano, onde mais de 20 equipes nos procurou interessada em participar e estamos sendo bem recebidos em todos os lugares que sentamos para conversar.

 4) A intenção é realizar algo parecido com o que a LNB, por intermédio do NBB, vêm fazendo a nível nacional?

 Na verdade, o NBB segue o exemplo da LNB argentina, francesa, da Liga Endesa (espanhola) da própria Euroliga e no fundo da grande poderosa NBA. De uma forma geral, o modelo das Ligas se consolidou no mundo, não só no basquete. A grande questão é que no Brasil as coisas demoram a acontecer…esse modelo meio coronelista onde sempre tem um "dono" das coisas atrapalha muito. Nosso objetivo é transformar o basquete do Distrito Federal e Entorno auto sustentável..independente de NBB ou qualquer outra coisa. São muitas pessoas, muitas equipes e muitos profissionais no cenário do DF para dependermos de 2 ou 3 times sendo muito otimista para termos jogos de alto nível aqui. O DF tem muito material humano e de muita qualidade, minha visão é um campeonato tão forte como o Paulista em 20, 30 anos..mas pra isso é necessário muito trabalho e principalmente muita união.

5) Quais foram os passos tomados até vocês chegarem aqui?

 No início de 2012 sonhamos com um campeonato decente na cidade…rascunhamos como seria esse modelo, depois colocamos no papel o que seria necessário pra realizar, então montamos uma apresentação e apresentamos na Federação que aceitou que tocássemos o projeto, o passo seguinte foi convocar a comunidade do basquete para uma apresentação geral e ver quem apoiava e viria conosco. 10 ousados vieram conosco. Planalto, Vizinhança, Ascesa, Avabra, Evolução, Parque, UnB, Bronko, São Sebastião e Luziânia.

6) O que esperar para essa temporada que se inicia?

 Eu espero 6 meses de festa no basquete da cidade. Devemos ter quase 20 equipes esse ano disputando um campeonato por 5 meses e meio e com 5 ou 6 equipes com chances reais de título. Esperamos o apoio do público e da imprensa e esperamos um comportamento exemplar dos atletas e dos arbitros, melhor que no ano passado. Espero um show de Fair Play, de jogos decididos na última boa, de muito choro de tristeza de quem perdeu e de alegria de quem ganhou.

7) Felipe o que você acha que pode ser feito para melhorar o basquete Brasiliense? 

Em primeiro lugar, retomar com o apoio dos clubes ao basquete. Hoje não sobraram muitos. Clubes como Apcef, Minas, Asbac, Ascade, AABB, Aseel, AABR, Iate entre outros não possuem mais equipes de basquetebol e toda força hoje se encontra espalhada em grupos de jogadores e abnegados que defendem estandartes de equipes que não existem legalmente ainda (sem cnpj) mas que trilham o caminho de formarem suas associações. Precisamos de políticas públicas que incentivem e alavanquem o basquete, precisamos de maior e melhor qualificação dos profissionais envolvidos com a gestão dos processos no basquete com estes ingredientes acho que seria possível explorarmos melhor as opções, despertar o interesse dos empresários e empresas públicas a investir e claro ter retorno. Precisamos

8) Quais estados você crê, que ainda estão na nossa frente em termos de número de praticantes, organização de campeonatos e resultados (da base ao masters)? 

Bem, não tenho pesquisa sobre isso, apenas minha percepção pessoal dos lugares que ja visitei, joguei e também ouço a respeito. Acredito que enquanto Federação ainda estamos muito atrás. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, Bahia e Goiás, estas federações na minha opinião estão a nossa frente em organização, trabalho e competência. Não que sejam modelos a serem seguidos, mas realmente chegamos ao fundo do poço. Acredito que quando cometermos o equivoco de nos compararmos com estas federações, precisamos primeiro provar e mostrar que somos melhores que federações como Roraima, Acre, Amazonas, e outras de basquete mais modesto, mas que em nível de pensamento do basquete como um todo acredito nos darem lições também. Espero que o fato de citar algumas federações não ofenda ninguém, é apenas minha visão em termos de representatividade no cenário nacional, sei que existem pessoas sérias e comprometidas em todas elas. O grande problema de muitos a frente da federação local é pensar apenas no próprio umbigo, o que atrapalha muito o rumo natural das coisas que é o trabalho colaborativo e em prol do coletivo.

9) Acredita que podemos chegar a ter um campeonato competitivo como o de São Paulo? 

Esse na verdade é minha visão de futuro. 30 anos, esse é meu número. Se tudo andar do jeito que eu enxergo acredito que nesse tempo, teremos um campeonato regional forte e de alto nível como o de São Paulo. Mas para isso muita coisa precisa melhorar e mudar. Creio que os primeiros passos foram dados. Temos aqui, em proporção, mais ginásios que São Paulo capital, analisa, todas as escolas praticamente possuem ginásio, todos os clubes, faça as contas. Segundo pesquisa realizada em 2011 o DF possui mais de 15 mil praticantes de basquete. Enfim, temos material humano, estrutura física e gente bem intencionada, só falta juntar tudo com o plano certo..rs.

10) Qual a importância do campeonato adulto para a base?

 Fundamental. O adulto é a vitrine, é onde os garotos vislumbram chegar, se não tiver um adulto legal, atraente eles param, mudam de sonho…Nós precisamos deixar o adulto sedutor aos sonhos das crianças e do basquete de base. O adulto não sobrevive sem a base, mas base sem adulto também morre. É um retro-alimentando o outro, como uma engrenagem.

11) Qual sua mensagem para os amantes de basquete de Brasília? 

Sigam os sonhos de vocês e nunca desistam. No Universo existe espaço e oportunidade para todos conseguirem tudo o que querem, se acreditarem, o Universo diz sim, então tenha certeza do que quer para a vida, corra atrás e acredite. Já deu certo.

12) Quais são suas expectativas com relação a esse novo cenário do basquete local?

Federação renovada, BRABA, CEUB… Olha, estou animado. O Allann Andrade como Presidente trouxe a credibilidade que precisávamos e acho que tem as qualidades políticas pra trazer apoio pro basquete, taí o resultado da Braba em apenas 1 ano, pode fazer mais pela federação pois é uma pessoa com um coração enorme. Trouxe com ele o Chico, que é um excelente gestor, talvez o melhor que já tivemos em uma federação do DF, já começaram algumas reformulações e temos que esperar os resultados, talvez 2 anos não seja o suficiente pra mudar o cenário, mas acredito muito no trabalho dessa dupla, sobre a Braba espero que as coisas corram tão bem quanto no ano passado e esperamos ser tão competentes também. Com relação ao Ceub, bem, é referência nacional com a equipe do NBB, espero que continuem o trabalho de identidade com a cidade e usem seu poder financeiro para se consolidarem como uma grande força nacional, mas que também entenda, como nós entendemos, que ser forte num cenário forte é muito melhor e que nos ajude a construir essa história de um basquete regional forte.

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