O basquete
masculino que ficou 16 anos sem participar dos jogos olímpicos (Sidney 2000,
Atenas 2004 e Pequim 2008), como foi frisado por todos narradores e comentaristas,
teve uma boa participação terminando em 5º lugar em Londres 2012. Esse
resultado coloca o Brasil entre as 5 melhores equipes do mundo hoje e resgata
um pouco do amor que se tem pela modalidade e principalmente pela seleção
brasileira!
O
Brasil que temos visto nos últimos 2 anos é outro, forte na defesa, paciente no
ataque, mas que ainda apresenta alguns defeitos que levaram a equipe a ficar
fora das semifinais. O que não desmerece o trabalho até aqui muito bem realizado
pelo técnico Rubem Magnano.
Uma
vez que a Argentina tem se mostrado algoz nos últimos anos, durante os dias que
antecederam o jogo entre Brasil e Argentina procurei conversar com várias
pessoas a fim de saber quais eram suas opiniões sobre esse clássico. Achei apenas uma pessoa que pensava que a
seleção brasileira tinha mais possibilidades de perder do que de vencer a partida.
A mesma se baseava em 3 pontos:
·
Psicológico brasileiro: a equipe se portou bem,
talvez tenha faltado paciência pra decidir no final.
·
Baixo
aproveitamento no ataque: De fato ocorreu, aproveitamento de 2 pontos Bra 50% -
Arg 68%; 3 pontos Bra 30% - Arg 29%; Arremesso livre Bra 50% - Arg 68%.
·
Falta de
um definidor nato. Houve boa contribuição de Huertas, Leandrinho e Alex que somaram 54
pontos contra 48 pontos dos três principais cestinhas Argentinos.
Os
jogadores da Argentina fazem parte de uma base que nos últimos anos ficou
conhecida como geração de ouro, em alusão ao ouro conquistado nas Olimpíadas de
Atenas. Essa mesma seleção tem jogado junto desde os tempos de categoria de
base, se conhecem muito bem, conhecem muito bem a filosofia de trabalho adotada
na seleção e a forma de atuação de cada jogador.
Sendo
assim, a Argentina foi o pior adversário possível para o Brasil por se tratar
de um clássico que vem acompanhado da rivalidade entre os dois países. Além
disso, são notórias as dificuldades encontradas pelo Brasil nos últimos confrontos
para conseguir impor seu estilo de jogo. Os que não concordaram com esses
argumentos citaram a vitória brasileira em Mar Del Plata no ano passado, mas poucos
se lembram do cara que fez a diferença naquele jogo: Rafael Hettsheimer, o cestinha
na ocasião e por causa de uma lesão desfalcou sua equipe nas olimpíadas.
Em
relação ao jogo, o momento crucial aconteceu quando o tempo chegou aos 04:21 no
último quarto (Bra 68 x Arg 70). Daí em diante perdemos 8 ataques em 11, entre
bolas de 3 não convertidas, bolas roubadas pela Argentina, arremessos de 2
pontos não convertidos e falta de ataque. Em 4 minutos de jogo foram feitos 9 pontos,
sendo que os 9 foram realizados em bolas de 3 pontos convertidas pelo Leandrinho. Nesses mesmos
04:21 a Argentina fez 12 pontos, perderam 4 ataques em 6 e erraram 4 lances
livres em 12 (66,7%). Sendo que os 4 errados foram realizados pelo mesmo
jogador (Scola), nos últimos 14 segundos com o jogo praticamente definido (Bra
74 x Arg 82). No último quarto Huertas fez 2 dos seus 22 pontos enquanto
Leandrinho fez 13 dos seus 22. Os dois totalizaram 15 pontos dos 22 feitos
nesse quarto. Ganhamos o 4º quarto por 4 pontos, Argentina fez 18. O Brasil
chegou a estar perdendo por 11 pontos (Bra 59 x Arg 70).
No 2º
e 3º quartos foram convertidos apenas 14 pontos, sendo que no 2° quarto o
Brasil perdeu de 23 x 14 e no 3° terminou 10 pontos atrás. Neste mesmo 3 º quarto em 7’
40” apenas 5 pontos foram convertidos (o
quarto iniciou Bra 40 x Arg 46 e quando faltava 02:20 estava Bra 47 x Arg 61).
Daqui
pra frente é dar continuidade no trabalho, de olho na renovação da equipe que
tinha média de idade de 29 anos e ter em mente que a Argentina, por exemplo,
está entre os 4 há 3 olimpíadas. Foi bom, mas apenas para começar!
Sucesso nesse árduo trabalho até 2016!