quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O basquete como ele é!




O basquete masculino que ficou 16 anos sem participar dos jogos olímpicos (Sidney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008), como foi frisado por todos narradores e comentaristas, teve uma boa participação terminando em 5º lugar em Londres 2012. Esse resultado coloca o Brasil entre as 5 melhores equipes do mundo hoje e resgata um pouco do amor que se tem pela modalidade e principalmente pela seleção brasileira!

O Brasil que temos visto nos últimos 2 anos é outro, forte na defesa, paciente no ataque, mas que ainda apresenta alguns defeitos que levaram a equipe a ficar fora das semifinais. O que não desmerece o trabalho até aqui muito bem realizado pelo técnico Rubem Magnano.

Uma vez que a Argentina tem se mostrado algoz nos últimos anos, durante os dias que antecederam o jogo entre Brasil e Argentina procurei conversar com várias pessoas a fim de saber quais eram suas opiniões sobre esse clássico.  Achei apenas uma pessoa que pensava que a seleção brasileira tinha mais possibilidades de perder do que de vencer a partida. A mesma se baseava em 3 pontos:
·         Psicológico brasileiro: a equipe se portou bem, talvez tenha faltado paciência pra decidir no final.
·          Baixo aproveitamento no ataque: De fato ocorreu, aproveitamento de 2 pontos Bra 50% - Arg 68%; 3 pontos Bra 30% - Arg 29%; Arremesso livre Bra 50% - Arg 68%.
·          Falta de um definidor nato. Houve boa contribuição de  Huertas, Leandrinho e Alex que somaram 54 pontos contra 48 pontos dos três principais cestinhas Argentinos.

Os jogadores da Argentina fazem parte de uma base que nos últimos anos ficou conhecida como geração de ouro, em alusão ao ouro conquistado nas Olimpíadas de Atenas. Essa mesma seleção tem jogado junto desde os tempos de categoria de base, se conhecem muito bem, conhecem muito bem a filosofia de trabalho adotada na seleção e a forma de atuação de cada jogador.

Sendo assim, a Argentina foi o pior adversário possível para o Brasil por se tratar de um clássico que vem acompanhado da rivalidade entre os dois países. Além disso, são notórias as dificuldades encontradas pelo Brasil nos últimos confrontos para conseguir impor seu estilo de jogo. Os que não concordaram com esses argumentos citaram a vitória brasileira em Mar Del Plata no ano passado, mas poucos se lembram do cara que fez a diferença naquele jogo: Rafael Hettsheimer, o cestinha na ocasião e por causa de uma lesão desfalcou sua equipe nas olimpíadas. 

Em relação ao jogo, o momento crucial aconteceu quando o tempo chegou aos 04:21 no último quarto (Bra 68 x Arg 70). Daí em diante perdemos 8 ataques em 11, entre bolas de 3 não convertidas, bolas roubadas pela Argentina, arremessos de 2 pontos não convertidos e falta de ataque. Em 4 minutos de jogo foram feitos 9 pontos, sendo que os 9 foram realizados em bolas de 3 pontos  convertidas pelo Leandrinho. Nesses mesmos 04:21 a Argentina fez 12 pontos, perderam 4 ataques em 6 e erraram 4 lances livres em 12 (66,7%). Sendo que os 4 errados foram realizados pelo mesmo jogador (Scola), nos últimos 14 segundos com o jogo praticamente definido (Bra 74 x Arg 82). No último quarto Huertas fez 2 dos seus 22 pontos enquanto Leandrinho fez 13 dos seus 22. Os dois totalizaram 15 pontos dos 22 feitos nesse quarto. Ganhamos o 4º quarto por 4 pontos, Argentina fez 18. O Brasil chegou a estar perdendo por 11 pontos (Bra 59 x Arg 70).

No 2º e 3º quartos foram convertidos apenas 14 pontos, sendo que no 2° quarto o Brasil perdeu de 23 x 14 e no 3° terminou  10 pontos atrás. Neste mesmo 3 º quarto em 7’ 40” apenas  5 pontos foram convertidos (o quarto iniciou Bra 40 x Arg 46 e quando faltava 02:20 estava Bra 47 x Arg 61).

Daqui pra frente é dar continuidade no trabalho, de olho na renovação da equipe que tinha média de idade de 29 anos e ter em mente que a Argentina, por exemplo, está entre os 4 há 3 olimpíadas. Foi bom, mas apenas para começar!

 Sucesso nesse árduo trabalho até 2016!